Vereador e mais seis vão responder por suposto desvio de verbas da Câmara de São Jerônimo da Serra
O juiz Alexandre Afonso Knakiewicz, da Vara Criminal de São Jerônimo da Serra (Norte Pioneiro), acatou a denúncia de peculato (quando o funcionário apropria-se de dinheiro ou valor em razão do cargo), falsidade ideológica e associação criminosa, além de outros crimes, contra o vereador Gilmar Rocha e mais seis pessoas, dentre contadores e uma servidora comissionada da Câmara Municipal. Todos são acusados do Ministério Público de utilizarem recursos do Legislativo para a realização de serviços particulares.
Para o promotor Danilo Leme, os possíveis abusos ocorriam pelo uso indevido de senhas dos funcionários para movimentação da conta bancária da Câmara de São Jerônimo da Serra. Conforme a denúncia, Gilmar Rocha contratou uma empresa contábil de Gilmar Corrêa, outro denunciado no processo. Junto com outro sócio, eles determinavam que os contadores ocultassem detalhes dos repasses financeiros dos relatórios.
O MP suspeita que as irregularidades tenham acontecido entre janeiro de 2017 e maio deste ano, totalizando um desvio de R$ 59 mil. Para se ter uma ideia, a investigação descobriu que uma das transferências, orçada em R$ 230, teria pago a instalação de uma antena parabólica na casa de Rocha. Em outro caso, uma nota fiscal teria sido emitida para a venda de um CPU e manutenção de uma impressora pertecente à Câmara, mas os serviços de R$ 280 não foram prestados.
Assim que soube da deflagração da Rei de Paus, como a operação realizada em conjunto com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) foi batizada, Gilmar Rocha teria realizado reuniões com outros vereadores para tentar despistar os olhos do MP. Ele e os seis réus têm 10 dias para questionar as acusações na Justiça. Todos respondem em liberdade.
A apuração forçou o novo presidente da Câmara de São Jerônimo da Serra, Josias Bueno Ribeiro, a rescindir o contrato G.C. Escritório Contábil, de Gilmar Corrêa. O contrato foi rompido no início de junho.
Rafael Machado
Grupo Folha
Nenhum comentário