Epidemia de dengue assombra região
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), seis dos 19 municípios em situação de epidemia de dengue no Estado estão no Norte Pioneiro. São eles: Rancho Alegre, Assaí, Santo Antônio do Paraíso, Cambará, Itambaracá e Jataizinho. Para conter o avanço do mosquito responsável também pela transmissão da zika e da chikungunya, municípios e regionais de saúde da região se unem em ações de combate e prevenção. As informações são do boletim epidemiológico das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, divulgado no dia 23 de fevereiro pela Sesa.
A pior situação é de Rancho Alegre, município de 4 mil habitantes que, desde agosto do ano passado, já registrou 213 casos autóctones e 23 importados de dengue, o que equivale a uma incidência de 5.338,35 casos por 100 mil habitantes, a maior do Estado. Para que seja considerada situação epidêmica, é preciso a confirmação de mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes.
O município também é o único do Paraná a apresentar casos autóctones de dengue, zika e chikungunya. No caso de zika, a paciente é uma gestante de oito meses, no entanto, segundo informações da família, exames preliminares apontaram, que o bebê não foi infectado com o vírus, mas ela passa por procedimentos mais detalhados para avaliar os efeitos da doença. Um irmão da gestante informou que ela recebe acompanhamento médico e passa bem.
Assaí, com incidência de 956,08 e Santo Antônio do Paraíso (900,13) também apresentam dados preocupantes. O chefe da 18ª Regional de Saúde de Cornélio Procópio, que abrange Rancho Alegre, Itambaracá e Santo Antônio do Paraíso, informou, no entanto, que as ações promovidas nas últimas semanas conseguiram frear o avanço das infestações. "Os dados são de todo o período epidemiológico, que começou em agosto do ano passado, mas hoje a situação está sob controle. Isto não quer dizer, no entanto que podemos nos descuidar", advertiu.
Mais abaixo na lista aparecem Cambará, com 691,30 casos por 100 mil habitantes; Itambaracá (583,77) e Jataizinho, que foi incluída no penúltimo boletim, com incidência de 399,87 casos por 100 mil. Em janeiro, a Secretaria de Saúde de Cambará contratou, de forma emergencial, 15 agentes de endemias para reforçar a equipe, que é formada por 13 profissionais concursados.
Segundo o chefe municipal da Vigilância em Saúde Ambiental, Gabriel Lima Vieira, uma das características do avanço dos criadouros está relacionado ao hábito de armazenar água da chuva em baldes. Ele alerta que a população deve ter cautela a adotar a prática para economizar na conta de água, pois os efeitos colaterais podem ser muito maiores. As áreas de maior risco são os bairros Ignêz Panichi Hamze, Cerâmica Brasil, São José 1, Cohapar, Santo Antônio, Boa Esperança, Nova América, Santa Rita e Primavera.
A prefeita de Leópolis e presidente da Associação dos Municípios de Norte do Paraná (Amunop), Clea Márcia Bernardes de Oliveira (PDT), informou que o combate ao Aedes é prioridade entre os gestores da região. Ela relata dificuldades enfrentadas pelos municípios em fazer contratação de pessoal para ajudar nas ações. "Recentemente, encaminhamos ofício ao governo estadual para que seja disponibilizado mais recursos. É preciso contratar mais agentes, aplicadores de veneno, mas não temos índice em folha para mais gasto com pessoal. Se essas contratações se dessem em regime emergencial evitaríamos toda a burocracia para enfrentar esse grave problema", argumenta.
Clea contou que vários municípios incluíram ações educativas como mote do Carnaval deste ano. "Foi uma iniciativa que deu bons resultados, a população pode se divertir e ao mesmo tempo se conscientizar do perigo que o mosquito oferece à população".
Celso Felizardo
Reportagem Local FolhaWeb
Reportagem Local FolhaWeb
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