Londrina registra primeiro caso de zika vírus
O secretário municipal de Saúde, Gilberto Martin, confirmou, na manhã de ontem, o primeiro caso de zika vírus em Londrina. O anúncio foi feito durante reunião do Comitê Gestor Intersetorial de Combate à Dengue. O encontro ampliado foi o primeiro de 2016 e reuniu representantes de mais de 120 entidades. Martin informou que o infectado pelo zika vírus é um idoso, de 68 anos, que mora na região central de Londrina. Ele já está em tratamento. "Pelo histórico do paciente, pelo período de incubação e a manifestação dos sintomas, foi um caso autóctone, porque o paciente não esteve fora de Londrina. Isso significa que o vírus já está circulando dentro da cidade e isso é o que mais preocupa", alertou.
O caso foi confirmado após a realização de um exame em um laboratório particular de Londrina que é cadastrado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). O paciente sentiu os sintomas, procurou um infectologista e fez o teste para verificar a suspeita de dengue. Como o resultado foi negativo, ele realizou o teste para o zika vírus e este confirmou a contaminação. O município enviou o material coletado do paciente para a realização de uma contraprova no Lacen, em Curitiba, e o resultado do novo exame deve sair em 30 dias.
Há evidências de que a infecção pelo vírus da zika esteja associada a casos mais graves, como microcefalia congênita (quando adquirido por gestante pode comprometer o desenvolvimento do feto) e síndrome de Guillain-Barré (em que o sistema imunológico ataca o próprio sistema nervoso no organismo). "O zika vírus é atraído pelas células do tecido nervoso e podem atravessar a barreira placentária, se alojando no cérebro do feto", apontou Martin. Ele advertiu que mesmo que a pessoa sobreviva, as consequências da doença para o bebê duram a vida inteira. "O bebê não terá uma vida normal", expôs.
Segundo a 17ª Regional de Saúde do Paraná, até agora foram confirmados seis casos de zika em todo Estado. O caso confirmado em Londrina é o primeiro da regional. Os demais foram diagnosticados na região sul do Paraná. Para a chefe da regional, Teresinha de Fatima Sanchez, a população deve se preocupar não só com a própria casa, mas também com a limpeza pública, pois os criadouros do mosquito ficam também em vias públicas e em terrenos baldios. "O lixo que deveria ser colocado para coleta está sendo dispensado nas ruas e nos fundos de vale. Ou seja, o cidadão está transferindo o criadouro da sua residência para outros locais. Se nós temos um índice de infestação tão alto e temos o vírus circulando no Estado, ele pode estar circulando no município. A preocupação é muito grande", afirmou. Ela destacou que o comprometimento deve ser grande. "As pessoas precisam ter responsabilidade da mesma forma. O cidadão deve ter atitude na higienização de suas casas com os cuidados com as calhas, com as caixas d’água, com as águas de reúso, com os ralos, com os sanitários não utilizados e também com o meio ambiente, com o bairro onde mora", enumerou.
HORA H
"Convocamos a população a participar da ‘Hora H – Todos contra o mosquito da Dengue’ no dia 6 de fevereiro para fazer o ‘check list’ de todos os possíveis locais onde os mosquitos podem formar criadouros. A dengue mata, a morbidade é muito alta. A gente precisa ressaltar a malignidade do zika vírus para o bebê. Depois de nascido, há complicações principalmente de membros com paralisia", apontou.
A campanha ‘Hora H – Todos contra o mosquito da Dengue’ visa convocar todos os paranaenses a vistoriar casas e quintais simultaneamente, às 10 horas da manhã, a fim de eliminar criadouros do mosquito transmissor da dengue, da zika e do chikungunya. A vistoria semanal é recomendada porque o ciclo de reprodução do mosquito, após a eclosão dos ovos, dura em média 10 dias. Com isso, é possível eliminar a larva do Aedes aegypti e evitar que o inseto chegue à forma adulta.
Vítor Ogawa
Reportagem LocalFolhaWeb
Reportagem LocalFolhaWeb
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